domingo, 25 de outubro de 2020

Um Pouco de mim

 

 

Somos muitas vidas em uma só; seja pelas reencarnações, seja pelas vidas que cruzam nossa Vida.

Sou de uma geração de muitas e muitas mudanças, de renovações, tolerâncias, resiliência, paciência, criatividade, respeito e desrespeito.

Meus pais nasceram na primeira guerra mundial. Minha mãe em 1916, meu pai em 1921, nascemos em Portugal. Meu pai em Caldas da Rainha, Portugal Continental; minha numa das  ilhas dos Açores, na Ilha de São Miguel.

Eu nasci em 1952 quando o mundo estava se reinventando no pós guerra. Também nos Açores, porém na Ilha de Santa Maria.

Só neste início quantas vidas cruzaram e influenciaram de diversas maneiras a nossa vida.

Não conheci os familiares dos meus pais. Provavelmente isso influenciou o desejo de ter uma família grande.

Meu pai contava as histórias dele com as irmãs, minha avó e principalmente minha bisavó, e eu sonhava em ter tudo isso, éramos só nós três sou a filha do meu e única. O José Manuel partiu com 10 meses ainda antes de eu nascer e alguns anos após a Ana Carolina partiu ao nascer e com ela o desejo de ter uma irmã.

Já adulta e com dois dos meus três filhos meu desejo se realizou. Soube que tinha uma irmã em Caldas da Rainha e começamos a nos conhecer por telefone, mas ela se foi antes de poder conhece-la pessoalmente e abraçá-la.

Tive a graça com meu filho de conhecer suas filhas, marido e netos em 2016. Fomos acolhidos com muito carinho e o desejo de ambas as partes de um recomeço sem o peso de decisões que não foram nossas. 

Trás um calor ao coração saber que mesmo longe, eles em Portugal e eu no Brasil uma ponte foi criada desfazendo antigos sentimentos, e novas esperanças de nos encontrarmos novamente com abraços e compartilhamentos que hoje são só pela mídia. 












 

 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Caminhar é tudo de bom





Hoje depois de um longo e tenebroso inverno, decidi voltar a caminhar. Caminhar à beira mar me trás vitalidade e energias positivas.

Amo o mar, tenho a graça de morar no litoral e não consigo entender porque enrolo tanto para caminhar. Se for tentar explicar tenho mil desculpas e nenhuma realmente válida.

Faz tempo que as praias foram liberadas para caminhadas. Onde moro a praia é tão tranquila que com liberação ou não o perigo de contágio é mínimo, mesmo se fosse temporada, as pessoas gostam de praias movimentadas, badaladas.

Foi muito bom ouvir o marulhar das ondas, sentir a brisa do mar, ver a nebulosidade se decipando com o sol trazendo sua energia, mesmo com o tempo fresco.

Vou voltar a fazer da caminhada um hábito, minhas caminhadas são mais para meditativas, apreciar a natureza, as garças, o vai vem da água em meus pés, as pessoas passam por mim, ou correndo ou caminhando apressadas, por conta do exercício físico, eu gosto de interiorizar, me integrar à paisagem e absorvendo o que a natureza tem pra me transmitir.

Muitos dizem que se fizermos qualquer coisa durante 21 dias, vira hábito, comigo não funciona, já tentei muitos 21 dias em muitas coisas que gostaria que virassem hábito, mas não viraram.

Então resta foco e perseverança.

#simples assim


#como eu gosto

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Mexendo no baú das lembranças




 Hoje um belo dia de chuva e muito fria. 

Pensei ao acordar; vou me dar folga e a tarde vai ser de pipoca, filme e chá. Ficou só no chá.

Logo de manhã me pediram uma foto e lá vou eu mexer no baú dos albúns e cada albúm, cada foto uma lembrança um período da vida desfilando à minha frente. Mesmos as fotos de momentos bons nos fazem recordar de momentos difíceis, muitas vezes de muros transpostos de tão grande se mostravam os obstáculos. Tudo passa, o remexer no baú também, fotos encontradas enviadas e vamos cuidar da vida.

Porém nada vem por acaso.

Há 34 anos atrás minha sogra voltou para casa espiritual e há 31 sua filha foi encontrá-la. Tudo isso vai fazendo um longo roteiro em nossa mente. Teria muito para escrever.....

Lembrei em especial  de uma conversa entre nós em que ela falava de minhas cunhadas também casadas, uma filha e outra, nora. A certa altura da conversa perguntei-lhe e de mim o que ela tinha a dizer e me respondeu que nada por que não sabia nada da nossa vida (esse foi sempre um cuidado que tomei, porque sabia o quanto ela amava os filhos e consequente participar integralmente da vida deles); foi bom porque convivemos muito bem, nos gostando muito e tendo um bom relacionamento.

Essa lembrança me fez ver que hoje tenho 68 anos e as pessoas pouco sabem da minha vida, do meu sentir. Amo ouvir as pessoas contando suas histórias e elas sabem que serão ouvidas, mas eu sempre me preservei de intromissões que não sei falar de mim. Isso é ruim, ás vezes queria ser ouvida e acalentada também, mas cada um tem seu jeito e o meu é colocar no papel. 

Às vezes escuto ou leio queria ter a facilidade de escrever como você e então respondo, você tem a facilidade de falar. 

Cada um é cada um, o importante é que não guardemos tudo com a gente, para a tristeza, a angustia, a depressão não baterem à nossa porta como está acontecendo com muitas pessoas no momento atual que estamos vivendo. Esse momento também vai passar.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A natureza nos ensinando

                                                                           


Estava olhando o jardim, vendo as borboletas voando alegres e os passarinhos cantando a gratidão da vida do sol de hoje, da chuva da semana passada que saciou a sede de toda a natureza, tornando tudo mais vivo e bonito.
A Pantera, uma viralatinha de 3 meses mordiscando minhas pernas com seus dentinhos afiados, impaciente por me ver parada e não brincando com ela.
Comecei a pensar como eles só nos pedem atenção, amor e alimentação, aliás essa é insaciável, parece um avestruz vestido de cachorro, nada escapa e tudo é doce manjar para ela.
Tenho também dois gatos irmãos mas diferentes em tudo, personalidades próprias, um pacato, a outra elétrica como a cachorrinha.
Tento dar liberdade de serem animais, não os substitutos das minhas crianças que cresceram. Brinco com eles, andam pela casa toda, ficam comigo quando querem e quando é mais interessante para eles vão para o quintal, brincar, deitar ao sol ou fazer arte com meus vasos e o que puderem ou alcançarem mexer.
Gosto de me sentir livre e é isso que tento fazer com eles, vejo muitos animaizinhos que são como bonequinhos de luxo para seus donos, são o centro da casa, e as pessoas acabam se esquecendo de si mesmas para só pensar neles; como fazemos com nossas crianças.
Temos uma necessidade muito grande de nos projetarmos no outro, porque nossos pais se projetaram de alguma forma em nós. Não digo que é uma regra geral, mas quem nunca fez algo porque seu pai ou sua mãe sonhava em fazer e nunca fez e fizemos o mesmo com nossos filhos esperando algo que não fizeram ou como nós fizeram. 
Não digo que é errado esperar algo de alguém ou de um animal, ou fazer para satisfazer alguém, esses são os ciclos da vida.
O que faz frustar, ficar deprimido é esperar com ansiedade e quando não acontece nos angustiamos ou sentimos fracassados. Hoje com o momento que vivemos temos que pensar ou repensar nossos valores, destruir hábitos e construir outros com mais respeito, amor, compaixão por nós mesmos e por todos e isso é muito difícil porque temos que abrir mão de prazeres e de egoísmo, ou seja reconhecer que todos temos umbigo e não dá para ficar olhando só pro nosso.
Com o passar do tempo espero que a natureza que está aí tão bela, colorida como uma primavera e alegre com o cantar dos pássaros  nos ensine a ser livres, alegres e simples.


                                                                      

domingo, 2 de agosto de 2020

Do que eu gosto

Gosto de muitas coisas, de natureza, família, amigos, minhas atividades, meus pets, cafés com muita conversa, caminhar, viajar, olhar as borboletas voando, passarinhos cantando, do sol, da chuva e do mar.
Ah o mar... passei minha primeira infância nua ilha, onde poda ouvir o mar, quando calmo marulhando, quando bravo rugindo mais que leão, soltando sua fúria contras rochas da encosta, formando uma linda visão de espuma e respingos, dizendo que seja o momento em que estiver tudo vai e tudo retorna de modo parecido, mas nunca igual.
São outras águas, ventos calor e influências.
Sentia falta do mar mesmo sem saber, quando vim para Itanhaém, senti toda essa força dentro de mim e me achei em casa e um grande recomeço começou.
Aprendi que recomeço não é só encerramento de ciclos, mas melhorar-se a cada dia, descobrir Deus e a alegria em pequenas coisas e que ser feliz não são só momentos, é principalmente estar bem consigo mesmo e então por pior que seja o momento que estou vivendo, procuro tirar uma experiência, uma coisa boa e continuar sendo feliz, com tristezas e angustia. Fazer da felicidade um estado de alma e não de coisas, de pessoas ou de situações.