quarta-feira, 22 de maio de 2013

FUGIR FUGIR FUGIR......

Queria poder fugir.
Fugir de meus pensamentos, de mim mesma, de tudo e de todos,  mas fugir pra onde? Porquê? Para quê? Se sempre vais comigo, não me deixas nem por um segundo, és minha sombra interior, sabes das minhas angustias, das minhas dores, não me dás soluções, mas não me deixas sozinha, mesmo quando estou cercada de gente me sentindo só, estás comigo.
Queria fugir, recomeçar, sem identidade, sem pré conceitos, sem medos, sem culpas, mas sei que vais comigo e tudo vai junto.
Para quê fugir, para ser outra pessoa? Enfrentar outras situações, até mais difíceis, mais doloridas, enfrentar novas pessoas, criar novas esperanças, novas decepções?
Melhor entender que somos sós, o que sentimos ninguém sente, pode até tentar amenizar nossa dor, mas ela é nossa, nós a colocamos ali e nós temos que descobrir como tirá-la do peito.
Tantas frases, tantas palavras de amizade, de carinho, até palavras duras e nada abre o cadeado da dor.
Estás sempre comigo, és minha companhia inseparável, porque não podes me ajudar a encontrar a chave, pelo menos me ajuda a encontrar as lágrimas perdidas para com elas poder ter um consolo. poder lavar a alma e olhar novamente tudo com um sorriso interior, ver a esperança chegar e o sol da vida brilhar.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O BRINQUEDO QUEBROU

Quando um brinquedo quebra causa choro e sofrimento, vem alguém consolar, pega o brinquedo e diz que vai consertar.
Muitas vezes o brinquedo é concertado e parece perfeito, outras fica aparecendo onde foi consertado e outras ainda não tem mais concerto. em todas essas situações o brinquedo nunca mais é o mesmo, por mais perfeito que fique sempre fica a lembrança do momento em que foi quebrado e como foi quebrado.
Assim são os sentimentos, uma vez quebrados por mais que perdoemos ou tentemos esquecer o momento da dor sempre estará presente com maior intensidade.
Nossos sentimentos originalmente, são puros, confiantes, cheios de expectativas e sonhos, mesmo não pensados, mas que ao quebrar-se a magia, seja qual for o motivo, eles nunca serão os mesmos.
Muitas vezes uma lágrima escondida, um sorriso amarelado, um olhar mais triste, uma conversa inacabada, um adeus não dado, escondem a magia quebrada, porque tentamos remendar o sentimento rasgado, muitas vezes conseguimos concertar com perfeição e a memória do concerto fica escondida e como um espinho que roça a pele sem ferir, não machuca ninguém.
Outras vezes o concerto fica tão aparente, que martiriza a todo momento, como espinho que penetrou em nossa carne.
E quando não dá mais para concertar é hora de abandoná-lo e partir para novos sonhos e novas esperanças, arrancando o espinho da dor para que não doa mais e deixe o caminho livre para novos sentimentos cheios de magia e sonhos.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

SENTIR RAIVA É BOM OU RUIM ?

Sentimos raiva de muitas coisas e pessoas, mas como desde pequenos aprendemos que é ruim sentir raiva, e como sempre queremos ser bons e amados, deixamos a raiva para lá e ela fica escondida e guardada dentro de nós até virar um câncer ou outra doença qualquer.
Raiva sentimos muitas vezes e todos sem exceção uma vez na vida sentimos que devagarinho ela vai tomando conta do nosso ser.
Da raiva para a mágoa é só o passo de guardá-la, de não explodir.
Temos raiva de palavras, de sentimentos, de atitudes e muitas vezes de nós mesmos quando não agimos como queríamos ou não tomamos a decisão que mudaria nossa vida por medo ou por causa de pessoas ou situações.
A raiva é uma comunicação incompleta, quantas vezes irmãos brigam por coisas pequenas que depois por falta de diálogo tornam-se enormes.
Quem é filho único quanto gostaria de ter um irmão para brigar, porque brigam com ele e ele não pode brigar com os adultos, não pode expressar seus sentimentos de raiva e queria ter alguém do seu tamanho para também poder brigar.
Crescemos e já adolescentes brigamos com o mundo, ninguém nos entende, não nos dá espaço de falar de nossos sentimentos e pensamentos sem vir sermão por cima. Quando a raive é muito grande, nos tornamos rebeldes e impossíveis.
Quando já adultos temos que ser educados e perfeitos para com todos e vamos engolindo todas as raivas.
Afinal o que é raiva, é bom ou ruim?
É boa se não a jogamos em cima de ninguém, mas também não guardamos para que vire mágoa. Esperando o momento certo e dialogando com as pessoas ou conosco mesmos, sem máscaras ou devaneios, vamos colocando para fora e acertando os ponteiros do nosso interior.
Quando ela fica na gargante como um nó presa, querendo sair através das lágrimas e as lágrimas não saem para aliviar, dar uma de louca e gritar sozinha o que está entalado, quebro esse nó e conseguimos nos livrar dela. Quando não podemos fazer isso ou desabafar com alguém que nos ouça, ela toma conta de nossos pensamentos, da nossa alegria, de nossos sentimentos, ela nos sufoca e nos faz morrer aos poucos e ficarmos doentes.
Como seria bom se houvesse um manual de como não nos deixarmos dominar por ela ou por qualquer sentimento, que ao nos dominar nos prejudica porque não temos autonomia de escolhas.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Quando o coração pára de sorrir

Quando o coração pára de sorrir é porque a dor é porque a dor e a tristeza é imensa.
Ser mãe é padecer no paraíso, mas que paraíso é esse que faz sofrer.
Ser mãe é doação continua, mas como fazer para doar, quando o coração está vazio, não sorri mais?
Ser mãe é perdoar sempre, acolher, passar por cima, estar sempre recomeçando, dando uma nova chance, mas como fazer isso quando o coração cansou e não sorri mais?
Um coração só, ferido, magoado continuamente, mesmo em um momento em que precisa sorrir para dar esperança, precisa ser forte para estar junto, não tem mais forças, não tem mais ânimo para agir, não consegue mais sorrir.
Um dia a tristeza diminui, a magoa fica menor, a dor ameniza e então esse coração talvez volte a sorrir.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O MEDO PARALISA

O medo vai tomando conta de nossa vida de uma maneira muito sútil. Um dia uma coisa aqui, outra ali, e quando vemos nossa vida está vazia, olhamos para trás e não vemos mais nada.
A estrada está totalmente deserta porque fomos tirando as pessoas e as coisas do nosso caminho e ficamos paralisados pelo medo do vazio atrás de nós e do que vamos encontrar à frente ao dobrarmos o cotovelo da estrada.
Não vislumbramos nada, só o vazio atrás e a curva à frente, suamos frio, passamos mal, choramos nos desesperamos, mas sabemos que precisamos dar o primeiro passo para ver o que há além, ninguém pode nesse momento nos ajudar, só caminhar conosco, mas as decisões de ir em frente são nossas.
Quando damos o primeiro passo e começamos a contornar a curva, começamos a ver o caminho a percorrer e parece tão longo, tão assustador, muitas vezes não percebemos que já percorremos diversas vezes esse mesmo caminho em situações diferentes e que ele não nos assustava.
Ou então vislumbramos um caminho só nosso se abrindo à nossa frente e ficamos parados olhando à nossa frente sem saber por onde ir, por onde caminhar o que fazer com a liberdade adquirida e ficamos novamente paralisados pelo medo, querendo voltar para o caminho que antes no aterrorizava, e nessa indecisão nessa incerteza, perdemos a oportunidade de uma vida totalmente nova.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

VENDO O MEDO ATRAVÉS DA DANÇA

Em um ensaio, cantores, atores, diretores, produção foram expressando através da coreografia, as expressões, o medo, alienação, de quem vive em um hospício, com cada gesto vamos percebendo que o medo faz parte daquelas vidas, que por não participarem dos acontecimentos diários do mundo, e começamos a pensar o que existe tão forte dentro de nós, que mesmo em um mundo alienado o medo é uma constante, ao expressar gestos de liberdade a prisão interior está em muitos presente e a liberdade é só um gesto.
Em outro grupo ensaiando no cotidiano, percebemos o medo em todos os momentos, o suavisar de uma expressão quando vai se libertando do medo e se integrando ao dia a dia é muito gostoso de ver e sentir, porém logo em seguida parecem robôs fazendo o que todos fazem, como se um fio invisível os maneja-sem como marionetes, no grito de liberdade, expresso ou preso na garganta, todos procuram saídas, e em cada gesto, vamos percebendo a angústia aflorando, outras vezes sendo represada, pedidos de ajuda, que muitas vezes não são ouvidos ou então são ignorados.
Sentir-se livre são apenas momentos vividos em um mundo que nos massacra, nos pressiona, e quando encontramos uma mão amiga, nos apoiamos totalmente sobre ela, mas a pessoa que nos ajuda também está sendo pressionada e prisioneira de seus medos e suas angustias, e quando é ela a precisar de ajuda, não encontra e segue caminhando e tentando escapar da sua prisão interior como os outros e também não sendo ouvida, até que em um determinado momento todos se unem e vão em busca da liberdade de cada um e todos embora de maneiras diferentes conseguem libertar-se e viver as pressões exteriores criando suas próprias válvulas de escape, cantando, tocando falando, lendo, ou simplesmente voltando-se para seu eu interior.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O PODER DO UNIVERSO

Hoje saí para dançar, queria rodopiar, como o mundo, rir, ouvir música, cantar, ser feliz e sentir-me feliz, cheguei, não teve, não encontrei ninguém, porém a vontade de estar unida ao universo, ouvi o chamado do mar e fui, lindo marulhando, para uma praia deserta, um mar só meu, onde as ondas vinham molhar meus pés e levavam na volta para o mar todo o peso, todas as aflições, as dúvidas e incertezas.
Caminhar, brincar com o vai e vem das ondas, ora tocando meus pés levemente como pedindo permissão para me tocar, outras vindo com força como se fosse senhor e dono e não permitisse que ninguém viesse perturbar aquele doce marulhar que embala.
Enquanto pensamentos, sentimentos e ondas se misturam como momentos de vida em que somos felizes e queremos voar como as aves, ou como momentos tristes em que as lágrimas que escorrem salgadas vão se misturar com as águas salgadas no mar.
momento precioso em criatura se mistura com a criação e o criador, onde na imensidão que parece unir céu e horizonte, tudo é tão sublime, tão intenso que a vontade de rodopiar com o mundo, de dançar, parece uma coisa tão distante como se nunca tivesse saído para dançar, e sim saído para misturar minha alma conturbada, livre e inquieta com o poder de Deus, com a força do universo, e voltar inebriada da imensidão que nos faz pequena e da força que nos faz grande.

terça-feira, 2 de abril de 2013

QUANDO O PASSADO BATE NA PORTA

Quando o passado bate na nossa porta, seja por uma foto, um telefonema, uma visita, uma música, uma lembrança; é um momento de alegria, tristeza, perdão, renovo.
Seja qual for o sentimento que vier primeiro, todos sempre acabam vindo juntos, muitas vezes acrescidos da saudade e da culpa por não ter feito, ou ao contrário pleo modo como agimos no momento.
É doido quando ele bate em nossa porta como caindo de paraquedas, mesmo quando ele trás algo que sempre desejamos muito, nunca tivemos e o acesso ao presente que chegou de paraquedas é limitado por inúmeros fatores que não dependem de nós, ou porque nossas prioridades são outras no momento, e o tempo vai passando indefinidamente até que bate na nossa porta novamente para dizer que o presente que ganhamos e nunca tocamos, vai sair de nossas vidas e muitos dos segredos e da nossa história envolvida, vão com ele para sempre.
mas também é tempo de renovação, porque mais uma etapa de nossas vidas foi encerrada e outra está começando um pouco mais leve, por um tempo (ás vezes longo demais) vai ser doido, mas com certeza que será outro momento do passado que baterá na nossa porta, porque este já foi amado, perdoado e transformou-se em paz, em harmonia interior.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Carência

A carência é algo que nos falta e que não sabemos definir o que é,
Tentamos suprimir a nossa carência colocando pessoas em nossa vida, buscando nelas o que nos falta e com uma migalha de amor ficamos felizes, mas não encontramos a origem da carência para podemos supri-la.
Outras vezes ficamos tão ansiosos que comemos exageradamente para satisfazer o momento e engordamos demais e nos tornamos infelizes porque estamos gordos, nos achamos feios, compensamos com a comida e vamos ficando cada vez mais infelizes porque junta a incapacidade de reverter a situação e a danada da carência continua lá sem sabermos e nem buscarmos a causa dela estar lá.
Ou então resolvemos comprar compulsivamente, mesmo sem precisar, só pelo prazer e depois vem a culpa de ter gasto mais do que podia ou tinha.
Muitas vezes ficamos irritados, de mau humor com todos sem aparentemente termos um motivo, afastamos as pessoas de nós e ficamos pensando que ninguém nos ama, sentimo-nos rejeitados, mas é a tal da carência falando mais alto, isso quando não adoecemos verdadeiramente sem um diagnóstico preciso.
Olhar para dentro de nós mesmos e vermos como realmente somos é muito difícil, machuca, lembramos de muita coisa que queremos deixar guardado a sete chaves nas gavetas da memória.
Mudar padrões de vida, pensamentos e pré conceitos parece impossível, mas se nos determinarmos a fazer isso, com tropeções, retornos e avanços conseguimos e vamos descobrindo nossas carências e vamos vendo porque tomamos determinadas atitudes e os padrões vão sendo quebrados e vamos mudando nosso modo de viver e de ver as coisas, as pessoas e o mundo.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Na corda bamba o equilíbrio da vida

Oh sono onde estás? Estás perdido no meio dos pensamentos, das dúvidas, dos sentimentos.
Bem estou muito bem. Porém frágil com um cristal que pode se partir ao meio ou em alguns pedaços; ou como um vidro temperado, aparentemente duro e resistente, mas que quando quebra estraçalha em mil pedacinhos impossível de restauração.
O equilíbrio é uma linha tão tênue, que  caminhamos nela como em uma corda bamba, uma hora pendemos para um lado, hora para o outro e às vezes parece que vamos cair, mas recuperamos o equilíbrio e vamos em frente.
Como é difícil quando alguém querido (mesmo quando esse alguém não nos valoriza, nos explora, nos suga por inteiro), nos exclui de sua vida. Mesmo sabendo que é o melhor para que essa pessoa comece a caminhar com os próprios pés, a não mais ser dependente, dói, queremos saber como está, se está evoluindo, caindo, se sofre e temos que nos manter firmes, não saber nada, até para nossa própria valorização, nosso crescimento pessoal, para também nos vermos como pessoa.
O coração grita quero colo, quero dar colo e não temos uma resposta, até porque não está escrito em nossa testa e se não falarmos somos nós mesmos a solucionar essa equação. Como nunca fui boa e nem gosto de matemática, fica sem solução e vamos encontrando o equilíbrio, o colo, pessoas que querem um colo em cada uma das pessoas com quem convivemos e aprendendo a cada dia que o amor e o carinho tem inúmeras formas.