quinta-feira, 25 de abril de 2013

O MEDO PARALISA

O medo vai tomando conta de nossa vida de uma maneira muito sútil. Um dia uma coisa aqui, outra ali, e quando vemos nossa vida está vazia, olhamos para trás e não vemos mais nada.
A estrada está totalmente deserta porque fomos tirando as pessoas e as coisas do nosso caminho e ficamos paralisados pelo medo do vazio atrás de nós e do que vamos encontrar à frente ao dobrarmos o cotovelo da estrada.
Não vislumbramos nada, só o vazio atrás e a curva à frente, suamos frio, passamos mal, choramos nos desesperamos, mas sabemos que precisamos dar o primeiro passo para ver o que há além, ninguém pode nesse momento nos ajudar, só caminhar conosco, mas as decisões de ir em frente são nossas.
Quando damos o primeiro passo e começamos a contornar a curva, começamos a ver o caminho a percorrer e parece tão longo, tão assustador, muitas vezes não percebemos que já percorremos diversas vezes esse mesmo caminho em situações diferentes e que ele não nos assustava.
Ou então vislumbramos um caminho só nosso se abrindo à nossa frente e ficamos parados olhando à nossa frente sem saber por onde ir, por onde caminhar o que fazer com a liberdade adquirida e ficamos novamente paralisados pelo medo, querendo voltar para o caminho que antes no aterrorizava, e nessa indecisão nessa incerteza, perdemos a oportunidade de uma vida totalmente nova.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

VENDO O MEDO ATRAVÉS DA DANÇA

Em um ensaio, cantores, atores, diretores, produção foram expressando através da coreografia, as expressões, o medo, alienação, de quem vive em um hospício, com cada gesto vamos percebendo que o medo faz parte daquelas vidas, que por não participarem dos acontecimentos diários do mundo, e começamos a pensar o que existe tão forte dentro de nós, que mesmo em um mundo alienado o medo é uma constante, ao expressar gestos de liberdade a prisão interior está em muitos presente e a liberdade é só um gesto.
Em outro grupo ensaiando no cotidiano, percebemos o medo em todos os momentos, o suavisar de uma expressão quando vai se libertando do medo e se integrando ao dia a dia é muito gostoso de ver e sentir, porém logo em seguida parecem robôs fazendo o que todos fazem, como se um fio invisível os maneja-sem como marionetes, no grito de liberdade, expresso ou preso na garganta, todos procuram saídas, e em cada gesto, vamos percebendo a angústia aflorando, outras vezes sendo represada, pedidos de ajuda, que muitas vezes não são ouvidos ou então são ignorados.
Sentir-se livre são apenas momentos vividos em um mundo que nos massacra, nos pressiona, e quando encontramos uma mão amiga, nos apoiamos totalmente sobre ela, mas a pessoa que nos ajuda também está sendo pressionada e prisioneira de seus medos e suas angustias, e quando é ela a precisar de ajuda, não encontra e segue caminhando e tentando escapar da sua prisão interior como os outros e também não sendo ouvida, até que em um determinado momento todos se unem e vão em busca da liberdade de cada um e todos embora de maneiras diferentes conseguem libertar-se e viver as pressões exteriores criando suas próprias válvulas de escape, cantando, tocando falando, lendo, ou simplesmente voltando-se para seu eu interior.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O PODER DO UNIVERSO

Hoje saí para dançar, queria rodopiar, como o mundo, rir, ouvir música, cantar, ser feliz e sentir-me feliz, cheguei, não teve, não encontrei ninguém, porém a vontade de estar unida ao universo, ouvi o chamado do mar e fui, lindo marulhando, para uma praia deserta, um mar só meu, onde as ondas vinham molhar meus pés e levavam na volta para o mar todo o peso, todas as aflições, as dúvidas e incertezas.
Caminhar, brincar com o vai e vem das ondas, ora tocando meus pés levemente como pedindo permissão para me tocar, outras vindo com força como se fosse senhor e dono e não permitisse que ninguém viesse perturbar aquele doce marulhar que embala.
Enquanto pensamentos, sentimentos e ondas se misturam como momentos de vida em que somos felizes e queremos voar como as aves, ou como momentos tristes em que as lágrimas que escorrem salgadas vão se misturar com as águas salgadas no mar.
momento precioso em criatura se mistura com a criação e o criador, onde na imensidão que parece unir céu e horizonte, tudo é tão sublime, tão intenso que a vontade de rodopiar com o mundo, de dançar, parece uma coisa tão distante como se nunca tivesse saído para dançar, e sim saído para misturar minha alma conturbada, livre e inquieta com o poder de Deus, com a força do universo, e voltar inebriada da imensidão que nos faz pequena e da força que nos faz grande.

terça-feira, 2 de abril de 2013

QUANDO O PASSADO BATE NA PORTA

Quando o passado bate na nossa porta, seja por uma foto, um telefonema, uma visita, uma música, uma lembrança; é um momento de alegria, tristeza, perdão, renovo.
Seja qual for o sentimento que vier primeiro, todos sempre acabam vindo juntos, muitas vezes acrescidos da saudade e da culpa por não ter feito, ou ao contrário pleo modo como agimos no momento.
É doido quando ele bate em nossa porta como caindo de paraquedas, mesmo quando ele trás algo que sempre desejamos muito, nunca tivemos e o acesso ao presente que chegou de paraquedas é limitado por inúmeros fatores que não dependem de nós, ou porque nossas prioridades são outras no momento, e o tempo vai passando indefinidamente até que bate na nossa porta novamente para dizer que o presente que ganhamos e nunca tocamos, vai sair de nossas vidas e muitos dos segredos e da nossa história envolvida, vão com ele para sempre.
mas também é tempo de renovação, porque mais uma etapa de nossas vidas foi encerrada e outra está começando um pouco mais leve, por um tempo (ás vezes longo demais) vai ser doido, mas com certeza que será outro momento do passado que baterá na nossa porta, porque este já foi amado, perdoado e transformou-se em paz, em harmonia interior.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Carência

A carência é algo que nos falta e que não sabemos definir o que é,
Tentamos suprimir a nossa carência colocando pessoas em nossa vida, buscando nelas o que nos falta e com uma migalha de amor ficamos felizes, mas não encontramos a origem da carência para podemos supri-la.
Outras vezes ficamos tão ansiosos que comemos exageradamente para satisfazer o momento e engordamos demais e nos tornamos infelizes porque estamos gordos, nos achamos feios, compensamos com a comida e vamos ficando cada vez mais infelizes porque junta a incapacidade de reverter a situação e a danada da carência continua lá sem sabermos e nem buscarmos a causa dela estar lá.
Ou então resolvemos comprar compulsivamente, mesmo sem precisar, só pelo prazer e depois vem a culpa de ter gasto mais do que podia ou tinha.
Muitas vezes ficamos irritados, de mau humor com todos sem aparentemente termos um motivo, afastamos as pessoas de nós e ficamos pensando que ninguém nos ama, sentimo-nos rejeitados, mas é a tal da carência falando mais alto, isso quando não adoecemos verdadeiramente sem um diagnóstico preciso.
Olhar para dentro de nós mesmos e vermos como realmente somos é muito difícil, machuca, lembramos de muita coisa que queremos deixar guardado a sete chaves nas gavetas da memória.
Mudar padrões de vida, pensamentos e pré conceitos parece impossível, mas se nos determinarmos a fazer isso, com tropeções, retornos e avanços conseguimos e vamos descobrindo nossas carências e vamos vendo porque tomamos determinadas atitudes e os padrões vão sendo quebrados e vamos mudando nosso modo de viver e de ver as coisas, as pessoas e o mundo.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Na corda bamba o equilíbrio da vida

Oh sono onde estás? Estás perdido no meio dos pensamentos, das dúvidas, dos sentimentos.
Bem estou muito bem. Porém frágil com um cristal que pode se partir ao meio ou em alguns pedaços; ou como um vidro temperado, aparentemente duro e resistente, mas que quando quebra estraçalha em mil pedacinhos impossível de restauração.
O equilíbrio é uma linha tão tênue, que  caminhamos nela como em uma corda bamba, uma hora pendemos para um lado, hora para o outro e às vezes parece que vamos cair, mas recuperamos o equilíbrio e vamos em frente.
Como é difícil quando alguém querido (mesmo quando esse alguém não nos valoriza, nos explora, nos suga por inteiro), nos exclui de sua vida. Mesmo sabendo que é o melhor para que essa pessoa comece a caminhar com os próprios pés, a não mais ser dependente, dói, queremos saber como está, se está evoluindo, caindo, se sofre e temos que nos manter firmes, não saber nada, até para nossa própria valorização, nosso crescimento pessoal, para também nos vermos como pessoa.
O coração grita quero colo, quero dar colo e não temos uma resposta, até porque não está escrito em nossa testa e se não falarmos somos nós mesmos a solucionar essa equação. Como nunca fui boa e nem gosto de matemática, fica sem solução e vamos encontrando o equilíbrio, o colo, pessoas que querem um colo em cada uma das pessoas com quem convivemos e aprendendo a cada dia que o amor e o carinho tem inúmeras formas.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Jardim de Amigos

Existem dias que tem tudo para ser perfeitos, estamos com quem amamos, a calma e a alegria imperam, mas, sempre acabamos criando um mas, dentro de nós algo não está bem.
A tristeza está escondida lá no fundo e teima em brotar, quer estar presente, os pensamentos pululam como pipoca na panela e não deixamos a alegria reinar.
Teimamos em deixar a desunião, a falta de amor mutuo, em nos culparmos pelo fracasso da unidade entre a família, em deixar as resoluções que temos que tomar ficarem mais forte dentro de nós do que a nossa decisão de ser feliz e resolver uma coisa de cada vez.
Ficamos mal conosco e não nos entregamos ao momento de felicidade presente. Seria tão bom se fosse possível fechar as gavetas da memória e ir abrindo uma de cada vez, uma em cada momento, ao invés de abri-las de uma vez só e no caos formado não saber qual o caminho a seguir, ou melhor saber e teimar em tomar outro, o mais longo e mais difícil.
O cansaço, a desilusão, a tristeza, a culpa, a dor, a dúvida, a fraqueza ficam tão grandes como um monstro em um pesadelo. Aí precisamos buscar escondidinho lá no fundo o que aprendemos, onde é nossa fortaleza,  começar a praticar o amor por nós mesmos e por quem merece nosso amor, buscar a nossa valorização que ficou em uma gaveta fechada e começar a usá-la, olhar ao redor e ver quantos amigos, quantas pessoas nos amam e o jardim florido que criamos com cada uma dessas pessoas, fechar as gavetas negativas e aprender a abrir uma de cada vez e resolver o que está ao nosso alcance, o restante vamos resolvendo aos poucos.
Deixando cada vez nosso jardim e o jardim dos amigos mais bonito com a colaboração mutua e a amizade verdadeira.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sentimentos

Somos como uma pequena caixa de fósforos. Cada palito um sentimento, uma experiência, uma novidade, uma alegria, uma tristeza.
Pode ser perigoso, pode iluminar, pode acender o fogo que nos prepara o alimento, ou o fogo que nos aquece.
Assim nossos sentimentos também podem ser ruins ou ser bons, agradáveis, confortantes, destruidores.
Quando a caixa está cheia, muitas vezes fica difícil de abrir e assim somos nós quando estamos com muitos sentimentos ao mesmo tempo e um turbilhão vai acontecendo dentro de nós que não conseguimos dominar, ou entender, e muito menos expressar com palavras.
Sentimos, nos alegramos ou angustiamos, e cada vez menos conseguimos sair deles, até que percebemos que temos que fazer alguma coisa com determinação.
Começamos a dar pequenos passos, a nos conhecer, a entender o que sentimos e porque e então de repente nossos passos andam para trás e é como se o caminho percorrido não existisse e ficamos parados, inertes incapazes de caminhar, mas como nosso conhecimento e entendimento mudou, olhamos o que tinha-mos conquistado com tanto esforço e lágrimas e começamos a dar pequenos passos novamente em busca de novas vitórias, de novos conhecimentos de nós mesmos e de nossos sentimentos, mas como o caminho já havia sido percorrido parece tão longo, tão sofrido, mas o importante é darmos os passos, não importa se grandes ou pequenos e recomeçar quantas vezes forem necessárias, sempre em busca da nossa felicidade.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Chuva Lágrimas do Céu

Chove.
Olho para a chuva e vejo o céu em lágrimas, como minha alma, do céu elas caem, na minha alma estão guardadas, não querem sair, deixam  tristeza tomar conta de tudo.
Ao olhar para a chuva quantas lembranças de tantas e tantas vezes lágrimas e chuva se confundiram. Hoje só a chuva cai.
Quantas perguntas, incertezas, dúvidas ela está a suscitar, quantos porquês sem resposta.
Hoje precisava daquela chuva forte com vento, que vem parece que lava a alma, carrega tudo e renova. Esse barulhinho de chuva continua deixa a alma mais pesada, carregada, triste, quero dar a volta, ver o sol brilhar em minha alma, mas o som lembra as lágrimas recolhidas e não derramadas, logo o dia começa a sossegar, os barulhos cessam e fica só o doce barulho da chuva a embalar as dores da alma e nesse doce embalar vou adormecendo e a dor vai ficando pequena, querendo sumir desaparecer, mas logo volta com a intensidade de tudo que é represado, até rebentar o dique e sair como enxurrada que ninguém segura e tudo leva junto, todo o trabalho construído parece desaparecer, mas logo o sol volta a brilhar e a esperança volta a nascer e novamente começa a reconstrução do que desmoronou.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Menina do Espelho

A menina começou a crescer, a sentir-se livre, importante e um belo dia por muito pouco, voltou a se esconder, voltou para o seu cantinho confortável.
Começou o conflito entre querer ficar no cantinho dela sem sofrer ou voltar a lutar, a ter garra, a perceber que na zona de conforto a vida passa sem que ela participe.
A borboleta quando começa a voar, não tem como voltar para o casulo, mesmo que seja para viver só um dia, tem que sair voando.
A menina do espelho se olha e percebe que não dá mais para voltar, tem que ir em frente, ela já sabe que dor dói muito e que alegria é muito bom.
Procurar o equilíbrio, entre a dor e a alegria é o que ela precisa aprender para não cair nos extremos. A vida  não é difícil, somos nós que complicamos com nossas mágoas e interpretações ou expectativas das ações de quem convivemos.
Amamos e esperamos muito dos outros e quando não agem como esperamos sofremos, mas sofremos mais quando nos amamos e não agimos como esperávamos que agiríamos ou sentiríamos.
Olhar para dentro de nós mesmos é encontrar lindas coisas que nem percebemos que estão dentro de nós e perceber que tem outras que não são tão lindas e começar a usar as lindas, e melhorar ou jogar fora as que não são tão lindas.
A menina do espelho está confusa, mas agora tem subsídios para poder voltar a crescer e recomeçar a voar e a brilhar.
Recomeçar custa muitas lágrimas, mas a vitória no fim da linha é o melhor troféu, não importa se chegou em primeiro ou em último, na corrida da vida, o importante é que correu junto toda a prova e chegou, a vitória é
individual e não coletiva, caminhamos juntos, uns colaborando com os outros, mas quem dá os passos somos nós mesmos, ninguém pode dar por nós.
Na hora da vitória, da chegada, vemos quantas pessoas estavam ao nosso lado nos apoiando ou tentando nos derrubar, mas a alegria dos que estavam nos apoiando é muito maior e nem lembramos dos outros.
Caminhando um passo de cada vez, a vitória vem.