Vejo o medo não da menina assustada, mas da mulher que cresceu e não entende como conviver com tantas mudanças, conviver com o não, com a indisponibilidade, com ter vida própria, ter saudades e não ir correndo ver, entender que as pessoas continuam precisando dela e que ela sabe que a estrada que vai ao encontro é a mesma que vem ao encontro e como ela agora tem seus próprios interesses, não vai, e eles também não fazem o caminho até ela.
Crescer, amadurecer, mudar é difícil, no entanto quando se dá o primeiro passo nessa estrada, não tem retorno, ao querer voltar seja por medo, por solidão, por saudade ou por não saber como prosseguir, o caminho percorrido foi se transformando com as atitudes, as decisões, os sentimentos e ao querer voltar tudo está diferente.
Entre sorrisos, lágrimas, fracassos, vitórias, tristezas e alegrias vejo que é necessário abrir com muita saudade e teimosia o terem muita saudade e virem até mim, ficar sem correr para ver, saber esperar o momento da saudade do outro mesmo que demore muito, mesmo sabendo que perco muitos momentos bonitos e importantes, até para me sentir amada depois de me sentir abandonada.
Olho para o espelho e vejo a lágrima que rola com tantos sentimentos porém sei que vai chegar o momento da lágrima de pura felicidade, do momento em que a estrada vai e vem.
Espelho, espelho meu, o que ainda tens para me mostrar?
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